quinta-feira, junho 16, 2005

"Não dispenso um bom Marlboro" (eca!)

Ontem uma amiga me disse:
"Não dispenso um bom Marlboro" - e antes mesmo de respirar, completou "... mas não sou nenhuma viciada!"

Coitada da infeliz! Só a complementação da frase já mostra que ela não passa de uma viciada típica, que rapidamente corre para negar o próprio vício ante sua afirmação, ou constatação. É o pior tipo de viciada. E ainda acha que os outros são hipócritas por tentar esclarecê-la de que ela é sim, uma viciada.

"Contra a estupidez até mesmo os próprios deuses lutam em vão", Schiller


Como não sou nenhum Deus, mas um simples (e estúpido) mortal, insisto em lutar. Talvez um dia desista, mas não consigo aturar este bando de imbecis, com estes cilindros chamegantes pendurados descuidamente de suas bocas, empesteando o ar, sujando as ruas, incomodando Deus e o mundo, apenas por um prazer efêmero, que talvez não passe de dependência físico-química (ou seja, um prazer não autêntico, mas sim fabricado).

Mas minha amiga segue indiferente, fumando, jogando sem remorso a guimba de cigarro no chão, espalhando as cinzas pelos corredores ("aqui tinha que ter um lixo ou cinzeiro", mas nunca pensando "acho que aqui não se deve fumar"), incomodando as pessoas no ponto de ônibus com a fumaça fedorenta de seu cigarro (deve pensar "incomodado que se mude... este é o MEU prazer, MEU direito, o SEU que se dane"). Dá vontade de dizer "incomodada ficava a sua avó", mas não teria nada a ver com a história.

Pena que não dá pra dizer "que se danem os fumantes", porque não dá para ignorá-los, eles sempre arrumam um jeito de incomodar àqueles que tem bom senso de não fumar.

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