domingo, junho 01, 2008

Botafogo x Náutico : Abuso de autoridade, truculência e uma afronta aos times cariocas

Hoje o Botafogo perdeu para o Náutico, um time raçudo, mas cuja vitória é maculada por uma vergonhosa atitude de sua torcida, por um péssimo juiz chamado Wilson Luis Seneme (óbviamente Paulista), e por uma polícia que envergonhou toda a nação: impossível imaginar que nossa segurança depende dessas pessoas fardadas, sem educação, despreparadas, truculentas e sem respeito pelas leis de nosso país.

O Botafogo não fazia uma partida boa, acabara de perder seu técnico, estava ainda se recuperando, mas era infinitamente superior ao time do Náutico, embora perdesse a partida por 1 x 0, demonstrava sinais de que logo empataria ou viraria o jogo. Isso porém não ocorreria nunca... E tudo começou quando, aos 36 minutos do 1º tempo, o Sr. Wilson, vulgo juiz, deu o segundo cartão amarelo ao zagueiro botafoguense André Luis, que aplicara um carrinho limpo, na bola, para recuperar-se se uma besteira que fizera numa tentativa de passe de calcanhar. Por todos os ângulos o que vimos foi o jogador Ruy do Náutico se jogando antes mesmo de perder a bola. Óbviamente André Luis saiu de campo indignado com a péssima decisão do juiz, que antes à pouco havia deixado de marcar um pênalti em favor do Botafogo. Até aí "nada" bem, mas também, com o nível de nossos árbitros, nada demais...

Aí "entra em campo" a torcida do Náutico, insultando o zagueiro do Botafogo enquanto este caminhava, inflamado pela injustiça, para o banco de reservas. Sem dó, fazendo gestos obscenos, indagando sobre o honra da própria mãe do jogador, colhe o que plantou com o jogador fazendo com os dedos da mão o gesto obsceno universal (que não constitui, em lugar nenhum do mundo, atentado ao pudor, nem motivo para prisão). Atitude nada louvável de nosso zagueiro, mas também, pelo amor de Deus, chega de hipocrisia, uma torcida sem educação não pode esperar ser tratada com requinte e etiqueta!

Então, o maior absurdo que já vi em gramados brasileiros começa a acontecer. A polícia (que vexame!) que ali estava para manter a integridade física dos jogadores, técnicos e juízes, cisma que tem que prender André Luís... Não sei se foram ordens superiores, ou se algum policial ali era fanático pelo Náutico, mas o que se viu foi um show de truculência, a polícia agredindo os jogadores do Botafogo, humilhando a Estrela Solitária, enforcando André Luis, como se ele precisasse ser conduzido à força para a delegacia! Isso mesmo, delegacia, a polícia não deve ter muito trabalho lá por Pernambuco, pois para perder seu tempo desta maneira, com uma coisa que nem contravenção é! Que ignorância!

A principal atriz desta história foi uma policial que não desgrudava do André Luís por nada, queria estar "nos holofotes", sempre ali, no meio da ação, não largava do braço do nosso zagueiro, como se ele fosse fugir do meio de dezenas de policiais! Isso mesmo, dezenas, cena ridícula, dezenas de policiais para arrastar à força o zagueiro do Botafogo... Que polícia eficiente essa de Pernambuco! Será que são tão eficientes no combate ao tráfico? Ou só contra inocentes?

A humilhação continuou, não parou por aí. Tentaram levar André Luís pelo vestiário, mas este estava trancado. Depois de vários minutos pressionado contra o portão do vestiário, com dezenas de policiais atrás, eles decidem dar uma gravata em André Luís e começam a arrastar nosso jogador pelo campo, em frente as câmeras. Agora imagine uma pessoa de bem, pagadora de seus impostos, tendo que aparecer assim na televisão, para toda a família ver... Pense no desespero da mãe desse garoto vendo o filho batalhador humilhado pela polícia que o deveria proteger, bem na frente das câmeras de TV, na rede Globo!!!

E aí vêm a maior imprudência que se poderia imaginar! A polícia, não satisfeita, resolve passar com o jogador do Botafogo pelo meio da torcida do Náutico!!! Isso mesmo, em nenhum momento sequer pensaram na integridade física do defensor botafoguense. Que pouca vergonha! Que falta de inteligência (ou respeito)! Foi pura sorte não ter acontecido um desastre. Imagino que a própria torcida do Náutico devia estar estupefata com a ação de seus defensores, afinal, são eles que têm que lidar diariamente com esses "protetores da lei"... E acho que ninguém quer passar por uma coisa desses na vida.

Isso tudo são os fatos principais, mas muito mais detalhes paralelos permearam esta ação da polícia Pernambucana: jogaram spray de pimenta nos olhos de jogadores do Botafogo, exigindo até atendimento médico em campo (detalhe, em nenhum momento vi uma agressão sequer partindo de jogadores do Botafogo, nem mesmo do pivô da confusão, o André Luís); agrediram nossos jogadores; ameaçaram a integridade física dos Botafoguenses: o volante Diguinho, depois de ser ameaçado por um policial, disse aos repórteres:

A polícia é para fazer a nossa segurança e está batendo na gente. Ela tem que garantir a segurança da gente e do juiz e não bater na gente

Você está certíssimo! É para isto que a polícia serve, mas é justamente disso que eles parecem se esquecer.

O árbitro Wilson, além de cometer a injustiça de expulsar nosso jogador sem motivo, ainda está "cantando de galo", e no intervalo disse que vai "colocar" tudo na súmula, mas não detalhou nada do que esse tudo diz respeito. Vai inventar um monte de coisas, já vi, só pelo jeito que falou dá pra ver que tentava tirar o "seu" da reta:

A gente vai procurar fazer o relato do que ocorreu. Minha visão foi de que houve um caso isolado. Não entendi como uma confusão generalizada

Botafogo, entre na justiça com pedido de indenização pela ação da polícia Pernambucana, peça anulamento do resultado do jogo (3 x 0 pro Náutico), faça barulho, não deixe a poeira baixar, tenha uma atitude de homem (ou de mulher, não sou machista), só não tenha uma atitude de rato (nada contra os roedores, mas essa é a melhor analogia). Coloque esses policiais no banco dos réus, pelo menos que respondam administrativamente, pois todos sabemos que até policiais que executam inocentes na frente de todos, como no caso do cantor evangélico assassinado por dois policiais aqui no Rio quando ia cantar na igreja (policiais que colocaram depois granadas e drogas na mochila do rapaz), até esses policiais assassinos ficam impunes, recebendo salário (péssimo por sinal, uma vergonha) pago por nós, contribuintes.

Todos os alvinegros do país, e, acredito, todas as pessoas justas também, clamam por justiça. A polícia tem que ser temente ao povo, e não o povo que deve temer a polícia. Não deveria haver motivo para o justo ter medo da justiça, mas, infelizmente, há motivos de sobra neste país.